Os 4 riscos ergonômicos mais comuns no ambiente de trabalho

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Existem muitas atividades profissionais que podem causar riscos ergonômicos às pessoas. O papel das empresas nessas situações é o de adotar políticas, promover adaptações e estabelecer práticas internas para que esses riscos sejam minimizados ao máximo.

Muitos acreditam que a ergonomia está ligada apenas à redução de problemas físicos, como dores nas costas e lesões por esforços repetitivos, mas ela também diz respeito aos fatores psicológicos que influenciam os trabalhadores em suas rotinas.

Para você ter uma ideia, de todos os afastamentos profissionais que ocorreram no Brasil em 2020, 49.321 foram por dores nas costas, 73.311 por dores nos ombros, 36.931 por lesão lombar, 26.327 por depressão e 20.986 por transtornos de ansiedade.

Os dados foram obtidos pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho a pedido do R7, e ainda incluem na lista problemas como lombalgia, dores no cotovelo, lesão nos joelhos, fratura nos punhos e nas mãos, depressão recorrente, ansiedade generalizada, entre muitos outros.

Isso só reforça como é importante que as organizações sejam atuantes na prevenção das condições fisiológicas e psíquicas que possam influenciar negativamente seus colaboradores.

Afinal, um ambiente de trabalho inadequado pode comprometer o bem-estar, a saúde e a segurança dos indivíduos, gerando ainda prejuízos organizacionais, baixo engajamento e até mesmo problemas legais.

Mas o que são riscos ergonômicos exatamente, como eliminá-los e qual a importância desse cuidado? Descubra os pontos mais importantes sobre o assunto ao longo deste artigo.

O que são riscos ergonômicos?

Os riscos ergonômicos são aqueles que podem afetar negativamente as características psicofisiológicas dos trabalhadores. De maneira resumida, eles consistem em todos os riscos que podem causar desconfortos, prejudicar o bem-estar ou comprometer a saúde das pessoas nas empresas.

Minimizá-los é uma obrigação de todo negócio, não só em termos legais, mas também para reforçar seu apreço com a qualidade de vida e a segurança dos funcionários. 

Diversos aspectos têm influência direta sobre a ergonomia, sendo os mais comuns aqueles relacionados à postura, ao manejo de objetos pesados, às repetições e à iluminação.

Por mais que todos esses fatores digam respeito à compatibilidade física dos ambientes laborais, vale ressaltar que sua influência sobre o corpo humano não está apenas nos músculos, tendões ou articulações, mas também nas condições psicológicas dos indivíduos.

Isso porque, ao mesmo tempo que um mal posicionamento ou um esforço excessivo gera tensões musculares, por exemplo, ele também pode desencadear incômodos que, com o passar do tempo, afetam o rendimento e causam problemas como ansiedade e estresse. 

Portanto, tenha em mente que sempre que abordarmos uma posição ergonômica incorreta, ela não diz respeito apenas aos problemas diretos e imediatos que pode causar, mas também está relacionada a uma série de fatores negativos que comprometem todo o ambiente corporativo.

Dito isso, veja abaixo quais são os problemas que mais afetam a ergonomia e a saúde nas empresas:

 

Postura inadequada

Conforme citamos na introdução, as dores nas costas são as que mais fazem os trabalhadores serem afastados.

Trata-se de um problema que está diretamente associado à postura inadequada, que ainda pode provocar dores em outras regiões, como nos pulsos e nos ombros, desencadear lesões e gerar enfraquecimento muscular. 

Quando o posicionamento postural inadequado é mantido por muito tempo, os colaboradores também ficam mais sujeitos a sofrer com DORTs, que são os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho.

Eles consistem em um conjunto de condições oriundas da degeneração ou inflamação dos músculos, tendões, nervos, ligamentos e articulações, como bursite, tendinite, síndrome do ombro doloroso, entre outras relacionadas.

Na grande maioria dos casos, os riscos ergonômicos da postura são consequentes do excesso de tempo sentado. Isso ocorre principalmente pelo aumento de funções que demandam o uso de computadores, que acabam exigindo que as pessoas fiquem longas horas em uma mesma posição em frente às telas.

 

capacidade de adaptação - riscos ergonômicos

Para evitar posturas inadequadas, o ponto mais importante é a capacidade de adaptação. Ou seja, o trabalhador precisa de uma mesa adequada à sua altura, para que o monitor fique alinhado com a altura de seus olhos, e principalmente de uma cadeira ergonômica. 

 

Essas cadeiras são desenvolvidas especialmente para preservar as articulações, e oferecem opções de regulagem para se adequar à estatura de cada pessoa, para que os pés fiquem totalmente apoiados no chão, os joelhos dobrados em 90 graus, a coluna apoiada no encosto, os braços retos em relação ao teclado, entre outros requisitos importantes. 

Nesse sentido, também é importante que o próprio funcionário seja conscientizado e treinado sobre os benefícios da boa postura, para que regule o posto de trabalho sempre da maneira correta e mantenha-se atento ao posicionamento ergonômico adequado.

Carregar peso de forma inadequada

Para os colaboradores que não trabalham em frente ao computador, mas sim no manejo de materiais, na movimentação de cargas ou no armazenamento de produtos, os riscos ergonômicos são outros.

Durante as operações dentro de armazéns ou nas atividades da indústria, é comum que as pessoas tenham que lidar com objetos pesados.

Em muitas situações, não há o cuidado de observar o peso exato dos itens carregados e a capacidade física das pessoas que os movimentam.

Ao transportar ou levantar cargas pesadas, os funcionários ficam mais propensos a desenvolver lesões, especialmente nos ombros, na coluna e nos braços.

 

Além disso, quando essas atividades são constantes, as dores também podem se fazer presentes, muito por conta das tensões musculares e das articulações.

Isso significa que as empresas jamais devem submeter os colaboradores à carga de pesos além de suas capacidades. O ideal, inclusive, é investir em maquinários específicos para isso, como carrinhos e empilhadeiras que minimizem a necessidade de deslocamentos feitos por pessoas. 

 

Movimentos repetitivos

Tanto nos trabalhos de escritório, quanto nas funções mais “pesadas”, os movimentos repetitivos são riscos ergonômicos constantes. 

Como o próprio nome indica, eles consistem em atividades feitas de maneira recorrente, como o excesso de digitação no computador ou a operação de maquinários pesados.

Quando os músculos são submetidos a repetições diárias, as pessoas começam a sentir dores, ficam mais propensas a lesões crônicas e ainda tendem a sofrer com distúrbios psicológicos.

Entre as patologias mais associadas aos esforços repetitivos, estão a ansiedade, a tendinite, bursite, lombalgia, dores crônicas na coluna e DORTs em geral. 

Inclusive, essa condição pode gerar consequências de longo prazo à vida profissional das pessoas, já que a região afetada começa a ter seus movimentos comprometidos e limitados com o passar do tempo.

Mais que prezar por postos de trabalho e equipamentos adequados às demandas físicas dos trabalhadores, é importante que sejam estipuladas pausas regulares durante as jornadas para evitar a sobrecarga de movimentos.

Além disso, uma boa alternativa é que certas atividades sejam intercaladas, para que as repetições não sejam recorrentes e nem gerem monotonia durante as rotinas. 

 

Iluminação Inadequada

Muitos não se dão conta, mas uma iluminação inadequada também pode gerar sérios riscos ergonômicos para as empresas e seus colaboradores.

O primeiro ponto, e também o mais óbvio, é que a falta de luminosidade prejudica a boa visão e aumenta os riscos de acidentes entre as pessoas nos ambientes. Contudo, o grande problema está na fadiga ocular, que gera cansaço visual, vermelhidão, dor e excesso de lacrimação. 

Ao longo do tempo, os desconfortos visuais podem desencadear dores de cabeça, irritação, estresse crônico e, em situações mais severas, até favorecer a perda gradual de visão. 

O mesmo é válido para a luminosidade em excesso, que pode se tornar irritante e prejudicar uma boa visualização, seja de telas ou dos espaços de trabalho.

iluminação adequada ao ambiente

O ideal é investir em uma iluminação adequada, prezando pela luz natural quando possível e em projetos adequados com conjuntos de lâmpadas e luminárias.

 

Como prevenir

Como você pôde notar até aqui, os riscos ergonômicos podem gerar sérios riscos para as pessoas, afetar seu desempenho e inclusive causar prejuízos para as empresas.

Mais que uma necessidade organizacional, prevenir essas adversidades também é uma exigência legal no Brasil.

Diversas normas são estipuladas pelo Ministério do Trabalho e Emprego junto às associações trabalhistas, e aquela específica para a ergonomia é a NR 17.

Entre as obrigações previstas para adaptar os ambientes laborais e proteger as condições psicofisiológicas dos trabalhadores, se destaca a Análise Ergonômica do Trabalho. Contudo, muitos outros cuidados são indispensáveis para que a legislação seja cumprida. Confira os principais deles:

Análise Ergonômica do Trabalho

A Análise Ergonômica do Trabalho, conhecida pela sigla AET, visa analisar todos os riscos ergonômicos da empresa e estipular soluções para reduzi-los ou eliminá-los.

Por meio dela, as organizações podem ter uma melhor compreensão sobre suas atividades internas e das adversidades inerentes a elas, sendo capazes de criar um ambiente mais favoráveis aos seus funcionários e parâmetros mais seguros para as suas tarefas. 

Sem a AET, não é possível saber quais são os riscos reais a que as pessoas estão sujeitas, e isso significa que ela é indispensável para garantir medidas ergonômicas realmente eficientes. 

Muitas são as ações que podem ser estipuladas a partir das análises, como o investimento em postos de trabalho com melhor adequação postural, em EPIs mais eficientes e até em programas de exercícios laborais.

 

Boa postura

Conforme mencionamos no item anterior, as empresas devem oferecer postos de trabalho adequados aos colaboradores e que possam ser adaptados às suas condições físicas.

Para evitar a má postura, as cadeiras precisam ser ergonômicas e permitir alguns ajustes específicos, para que os pés fiquem apoiados no chão, as costas totalmente apoiadas no encosto, os joelhos dobrados e encostados no assento, entre outros parâmetros que citamos anteriormente.

Voltando também às mesas, é válido mencionar a possibilidade de se investir em mesas de altura regulável. Estudos recentes descobriram que intercalar duas horas de trabalho sentado com 15 minutos de atividades em pé pode ser muito favorável para a postura e diminuir significativamente os riscos ergonômicos.

Atualmente, é possível encontrar modelos de mesas com sistemas de transição que permitem mudar esse posicionamento facilmente. 

Inclusive, algumas delas contam com acionamento automático e têm memória para que o trabalhador intercale para a posição em pé com um simples clique em um botão. 

 

EPIs 

Seria impossível tratar sobre segurança e qualidade de vida no trabalho sem mencionar os Equipamentos de Proteção Individual.

Eles não são necessariamente ligados à ergonomia, tanto que a norma que os regula é a NR 6, mas seu uso é imprescindível para um espaço laboral realmente seguro, saudável e que preza pela integridade de seus colaboradores. 

Os EPIs são todos os produtos ou dispositivos utilizados pelos trabalhadores para garantir sua proteção contra riscos inerentes às suas atividades. 

Eles variam de acordo com as tarefas, segmentos e características de cada organização, e podem incluir protetores auriculares, luvas, capacetes, entre outros.

As empresas são obrigadas a fornecê-los (gratuitamente, em adequação aos seus riscos e em perfeito funcionamento e estado de conservação) sempre que as medidas gerais não sejam suficientes para proteger as pessoas contra acidentes ou doenças, enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implementadas ou ainda para atender a situações de emergência.]

 

Prática de exercícios

Os programas internos para a prática de exercícios, chamados também de ginástica laboral, podem ser muito importantes para que os colaboradores melhorem suas condições físicas, aliviem sua sobrecarga mental e sintam-se mais preparados para as suas tarefas. 

Mantendo um corpo ativo e aumento da disposição para evitar riscos ergonômicos

Em primeiro lugar, manter o corpo ativo é ótimo para aumentar a disposição, o foco e para liberar endorfinas, que são conhecidas como o hormônio da felicidade.

 

Além disso, os exercícios consideram os movimentos adotados nas rotinas de trabalho, para que tenham suas consequências negativas minimizadas, a capacidade muscular ampliada e também a postura favorecida. 

O ideal é que as empresas criem programas próprios e com profissionais qualificados, para que executem os exercícios durante as pausas nas jornadas laborais de forma rotineira em dias específicos da semana. 

 

Ergonomia no ambiente de trabalho

 

Prezar pelo cuidado diante dos diferentes tipos de ergonomia é indispensável para as empresas que respeitam, se preocupam e prezam pela qualidade de vida de seus funcionários.

Toda organização precisa proporcionar as melhores condições possíveis aos trabalhadores, pois só assim é possível garantir mais segurança e obter uma resposta positiva das pessoas, que se tornam mais engajadas, produtivas e passam a perceber seu valor para o negócio.

 

Os riscos aos colaboradores 

Os riscos ergonômicos estão diretamente relacionados às doenças e lesões ocupacionais, que geram afastamentos, pedidos de demissão, licenças e até passivos trabalhistas em algumas situações.

Além disso, um ambiente desfavorável, desregrado e monótono compromete o bem-estar físico e psicológico, gerando desmotivação, insatisfação e a falta de apreço pelas funções desempenhadas, o que só causa malefícios a todos os envolvidos.

Agora que você já sabe o que são riscos ergonômicos e qual a importância de evitá-los, que tal contar com as melhores soluções para adaptar sua empresa? A Atec é representante oficial das marcas que são referências mundiais em pesquisa, inovação e excelência em ergonomia. Clique aqui e descubra como nosso mobiliário pode transformar sua realidade organizacional.

 



Categoria
Ergonomia
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